A comunhão dos missionários na igreja

Imagine o que era a consciência de Paulo no dia em que ele se tornou um cristão, embalado não apenas com todas as boas leis de Deus, mas também com escrúpulos culturais e centenas de regras desnecessárias de sua vida como fariseu. Mas em algum momento ele abriu o coração para Jesus e disse: "É seu, Senhor. Diga-me o que queres, me diga o que está acontecendo e me diga o que está faltando. Esse cultivo tão cuidadoso de consciência permitiu que Paulo eventualmente pudesse dizer: "Eu me tornei tudo para todas as pessoas para que, por todos os meios possíveis, eu possa salvar alguns."( 1 Coríntios 9:22 ).

Onde você encontra missionários como Paulo, que fizeram o duro trabalho de cuidar de sua consciência para que pudessem navegar em situações culturais difíceis e exportar o cristianismo cultural? A resposta é na igreja, que é o laboratório de Deus para alcançar todas as culturas.

A Bíblia dá evidências claras de que Deus pretende que os pequenos conflitos de culturas em sua igreja o preparem para os confrontos realmente difíceis da cultura em missões e evangelismos. A sua igreja deve ser esse laboratório.

Há tantos cristãos no Ocidente, que temos o luxo de dividi-los em subconjuntos menores e maiores para que possamos fazer parte de uma igreja onde os membros possuam poucas diferenças em questões de consciência é necessário que todos reconheçam as dificuldades do evangelismo. Nós até consagramos alguns desses escrúpulos em nossos estatutos para garantir a unidade - ou, com mais precisão, a uniformidade.

Duas vezes na Escritura Paulo conecta deliberadamente (1) as vantagens de se dar bem na igreja com aqueles com diferentes consciências para (2) a missão para os não alcançados. Uma é a famosa passagem de "todas as coisas para todas as pessoas" em 1 Corinthians 9: 19-23 , na qual ele defende sua própria flexibilidade cultural para ganhar o maior número possível de grupos com diferentes escrúpulos.

Mas este famoso texto missionário vem no meio da exortação de Paulo aos Coríntios para ser sensível às consciências fracas dos outros em sua igreja ( 1 Cor. 8 e 10 ). A flexibilidade na vida da igreja te prepara para a flexibilidade nas missões.

"A sua igreja deve ser um laboratório para as missões e para o evangelismo."

Ainda mais claro é o capítulo 15 de Romanos, a passagem de missões mais importante do cristianismo. Romanos 15 é a crescente descrição da missão mundial da igreja. E quem é o missionário transcultural por excelência? O Senhor Jesus Cristo, que se tornou um servo de um povo e de uma cultura não dele próprio. Isso é Romanos 15 .

Romanos 14 , por outro lado, ensina a lidar com os desentendimentos da igreja sobre os escrúpulos. O que esses dois tópicos poderiam ter em comum? Paulo estabelece uma conexão inquebrável entre eles, uma conexão que nos ajudará a tornar-se igrejas, evangelistas, missionários e cristãos mais eficazes.

O versículo em Romanos 15:7, onde Paulo resume tudo o que ensinou desde Romanos 14:1 sobre como se dar bem com aqueles em sua igreja que têm diferentes escrúpulos.

Portanto, recebei uns aos outros, como Cristo os recebeu, para a glória de Deus. Pois eu lhes digo que Cristo tornou-se um servo do circuncidado para mostrar a veracidade de Deus, para confirmar as promessas dadas aos patriarcas, e para que os gentios possam glorificar a Deus por sua misericórdia. (Romanos 15:7-9 )

Você vê a conexão? O versículo 7 diz para que você aprenda a amar, receber, submeter-se e ir em direção àqueles em sua igreja que são diferentes de você. Por quê? Porque (v. 8) é o que Jesus fez quando ele deixou o céu para nascer como judeu, para se tornar um servo da cultura judaica para que todo o mundo pudesse ser salvo.

Isso é ter comunhão.

Levando a palavra do Senhor a zona rural de São Paulo.

Texto original: https://www.thegospelcoalition.org/article/the-greatest-missionary-of-all-time